quarta-feira, 15 de março de 2017

Medo do Medo - Rudolf Steiner





Por Marise Jalowitzki
15.março.2017

Certa vez, quando ministrava eventos de fortalecimento emocional para grupos da enfermagem em hospital de grande porte, a turma da emergência estava muito, muito abalada em sua autoestima.

Não concordavam com muita coisa que estava acontecendo nos bastidores, mas precisavam "tocar o barco".

Realizamos um trabalho lindo, el@s contando depois, nos encontros porteriores, de como se davam força durante os momentos mais tensos, especialmente nas emergências, onde os nervos de todos ficavam à flor da pele e onde, muitas vezes, familiares e médicos "descontavam" naqueles profissionais...nas organizações, chamavs-se issoa "situação sanduíche", ou seja, a categoria que vem sendo amassada por ambos lados!... Relatavam que criavam códigos gestuais, ou mesmo frases ou pequenos cantos para lembrar uns aos outros do que tratamos nos encontros!
Quando alguém estava de folga no dia dos encontros, os colegas se cotizavam para pagar o táxi ou a van para que @ colega pudesse comparecer!
Emociono-me ainda hoje e agradeço a Deus pela oportunidade (muitas vezes bastante sofrida) de ter estado com estas lindas e corajosas pessoas.
 Acabei publicando, muito às pressas, um livreto de nome "Perdendo o medo, ganhando Motivação". Impresso em letras grandes, para que pudessem ler nos intervalos, ou na van, enquanto vinham ao trabalho.
Deixo hoje um poema do Rudolf Steiner (pág 24 a 39), que recitamos junt@s:
Medo do Medo
(Rudolf Steiner)
Nego-me a me submeter ao medo que tira
a alegria de minha liberdade,
que não me deixa arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra,
que não me deixa ser direto e franco,
que me persegue,
que ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.
Fico querendo
levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver, e não quero encerrar-me.
não quero ser amigável,
por ter medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro
e não por encobrir meu medo.
E, quando me calo, quero fazê-lo por amor
e não por temer
as consequências de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo
só pelo fato de que não acreditar me isola.
Não quero filosofar por medo de que algo possa atingir-me de perto.
Não quero dobrar-me só porque não tenho medo de ser amável.
Não quero impor algo aos outros por medo que possam impor algo a mim
por medo de errar,
não quero tornar-me inativo.
Não quero fugir de volta para o velho,
o inaceitável,
por medo de não me sentir seguro de novo.
Não quero fazer-me de importante porque senão poderia sentir-me ignorado.
Por convicção e amor
quero fazer o que faço
e deixar de fazer o que não desejo fazer."

Eu não sou mais forte que ninguém! Apenas não consigo (nem quero) assistir passiva a tanta manipulação social!

Sobre o livro Perdendo o Medo, Ganhando Motivação:
Vez por outra recebo um pedido dele.
Tratou-se de produção independente, paguei de meu bolso, valeu a pena. Edição limitada, esgotada, talvez em algum sebo possa ser encontrado.
Ainda estudo a possibilidade de digitar novamente todo o seu conteúdo (o que tive, originalmente, perdeu-se) e disponibilizá-lo em e-book. 


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br


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