domingo, 26 de fevereiro de 2017

Mundos paralelos - Uma lembrança doce de Chuí


"Como as ideias quânticas estavam funcionando tão bem nas escalas muito pequenas, elas deviam ser consideradas seriamente durante todo o tempo através da nossa escala. Tudo em nosso universo sendo feito de matéria quântica, portanto tudo deveria ser considerado uma imensa onda quântica de possibilidades existindo simultaneamente. "Todas as possibilidades acontecem, você só não sabe disso." (Hugh Everett)


Marise Jalowitzki
26.fevereiro.2017

Em um mundo invadido por filmes, séries, livros e games contendo amplo cenário de ficção científica, cada vez mais e mais louvado (e seguido), especialmente pelos jovens em suas fantásticas incursões, considero relevante transcrever também algumas recordações bastante suaves acerca de outras dimensões. Por isso esse pequeno texto, que se soma a outro publicado há algumas horas (cuja referência está ao finnal desta página).

Quando recebi a notificação da transferência para Chuí, no extremo do Rio Grande do Sul, não imaginava que o lugar fosse tão pequeno, com escassez de tantos recursos. O povo foi muito hospitaleiro, amigo, só que era tudo mais sacrificado de se viver. Vento, frio, só uma rua safaltada... Sim, tinha água encanada, luz elétrica, a repetidora de Pelotas proporcionava ver tv com nitidez, havia comércios, até um cine do outro lado da fronteira, uma subprefeitura, uma rodoviária, alguns pontos essenciais...e só. O ambiente carecia de muitas reformas, o que incluía saneamento, limpeza de décadas de acúmulo e desorganização. Não foram fáceis aqueles dias. Apenas alguns meses após, já me encontrava com enfraquecimento físico e mesmo psicológico, pois era muito trabalho, culturas diferentes, jeitos diferentes, até "invasões"...o que gerava insegurança.

Certa noite, ao deitar, antes de adormecer, pedi muito à Vida, ao Cosmos, que me fosse proporcionado um tônico psíquico, para poder perseverar naquela missão (que durou um ano e meio). Fiz com muito fervor o pedido. Dali a pouco, estava bem vestida, sentada na primeira fila de um teatro muito elegante, poltronas vermelho-escuro, assistindo a uma orquestra sinfônica. Tive a nítida impressão de se tratar de um teatro europeu. Ouvi e vi, maravilhada, toda a 5ª Sinfonia de Beethoven! Na outra manhã, ao despertar, tive bastante dificuldade em "reconhecer" o ambiente em que estava, tamanha a força da impressão deixada na experiência vivida. 

Fiquei com esta sensação de enlevo por vários dias, o que, efetivamente, me concedeu novo "gás" para continuar trabalhando e vivendo lá, até mesmo usufruindo de alguns benefícios que a natureza, mais inóspita, proporcionava. Foi uma benção!

Mesmo agora, passadas décadas, não me olvido desta doce e forte lembrança. Nunca descobri onde fica este teatro, mas, sem dúvida, o reconheceria caso estivesse novamente em seu interior.

"Os fatores que disparam estes mundos que se multiplicam são as nossas ações", explica o Dr. Hugh Everett, da Universidade Princeton.  "Se fizermos algumas escolhas, instantaneamente um universo se divide em dois, com diferentes versões de resultados".
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H.G. Wells (Herbert George Wells), considerado o pai da ficção científica, já apresentava estas ideias em 1895, na sua obra “The Door in the Wall” (A Porta na Parede).  E após 62 anos, esta ideia foi desenvolvida pelo Dr. Hugh Everett, em sua tese de graduação.  Ela basicamente apresenta que, em qualquer dado momento, o Universo se divide em inúmeras ocorrência similares.  E no momento seguinte, estes universos ‘recém-nascidos’ se dividem de forma similar.  Em alguns destes mundos você pode estar presente: lendo este artigo em um universo, ou assistindo TV em outro.

Leia mais, AQUI:  








 Além do tempo e do espaço - É a consciência que cria o universo material e não o contrário 










Sobre Herbert George Wells:
H.G. Wells - Herbert George Wells - Escritor, considerado o pai da ficção científica - Guerra dos Mundos e Dr. Moreau

"Desde muito cedo na sua carreira, Wells sentiu que devia haver uma maneira melhor de organizar a sociedade, e escreveu alguns romances utópicos. Começavam em geral com o mundo a caminhar inexoravelmente em direção a uma catástrofe, até que as pessoas se apercebiam da existência de uma maneira melhor para viver." (Wikipedia)












Sobre Hugh Everett:
Físico, formado inicialmente em engenharia química, em 1953 ele começou a ter suas primeiras aulas de física, notavelmente Introdução à Física Quântica.
Em abril de 1956 concluiu o seu extenso trabalho,Ondas Mecânicas Sem Probabilidade, mais tarde renomeado como A Teoria da Função de Onda Universal

Nesta dissertação, Everett fez uma afirmação extraordinária de que, como as ideias quânticas estavam funcionando tão bem nas escalas muito pequenas, elas deviam ser consideradas seriamente durante todo o tempo através da nossa escala. Tudo em nosso universo sendo feito de matéria quântica, portanto tudo deveria ser considerado uma imensa onda quântica de possibilidades existindo simultaneamente.

"Todas as possibilidades acontecem, você só não sabe disso."

Um exemplo de perseverança
"Durante Março e Abril de 1959, a pedido de Wheeler, Everett visitou Copenhagen, em férias com sua esposa e filha, a fim de conhecer Niels Bohr, o "pai da interpretação de Copenhague da mecânica quântica ". A visita foi um tremendo desastre; Everett era simplesmente incapaz de comunicar a idéia central de que a função de onda deveria ser considerada como um campo real clássico, o que era simplesmente uma heresia para Bohr e os outros em Copenhague. O abismo conceitual entre as suas posições era simplesmente demasiado grande para permitir uma reunião de mentes; Léon Rosenfeld, um dos seguidores de Bohr, falando sobre a visita de Everett, descreveu Everett como sendo "indescritivelmente estúpido e não poderia entender as coisas mais simples na mecânica quântica". Everett mais tarde descreveu a experiência como "um inferno ... condenado desde o início".[5]

Em 1962, Everett aceitou um convite para apresentar a formulação do estado-relativo (como ainda era chamado) em uma conferência sobre os fundamentos da mecânica quântica realizada na Universidade Xavier de Cincinnati.[5] Na sua apresentação Everett mostrou sua derivação da probabilidade e também explicitamente que os observadores em todos os ramos da função de onda eram igualmente válidos. Ele também concordou com uma observação que o número de ramos da função de onda universal era um conjunto infinito." (Wikipedia)

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