Dinâmica de Grupo "Corpo Ideal, Corpo Real"
(pág 106 do Livro Jogos e Técnicas Vivenciais nas
Empresas)
Desenvolvimento:
Os participantes são
convidados a se reunir em cinco subgrupos, podendo essa divisão ser espontânea
ou conduzida pelo facilitador, que anuncia:
"Como vocês bem
sabem, a organização está passando por desafios constantes e ela vem,
anunciando, frequentemente, o quanto temos de nos desenvolver em questões de
competência e empreendorismo. Aliás, esta é uma exigência nos tempos atuais,
caso a empresa queira sobreviver. Para tanto, é preciso que verifiquemos, em
nós mesmos, o quanto estamos condizentes com o perfil esperado ou o quanto
ainda temos de nos desenvolver.
Nesse momento, vamos ter a oportunidade de vivenciar um exercício que nos possibilitará verificar e analisar como estamos, como indivíduos e como time. é preciso, realmente, pensar como um todo, como um único corpo."
Nesse momento, vamos ter a oportunidade de vivenciar um exercício que nos possibilitará verificar e analisar como estamos, como indivíduos e como time. é preciso, realmente, pensar como um todo, como um único corpo."
Em um saquinho
estarão cinco bilhetinhos contendo, em cada um, uma das seguintes palavras:
Cabeça, Tronco, Braços, Pernas, Coração. Cada subgrupo retira um dos
papeizinhos. No centro da sala, no chão, estarão cinco folhas de flipchart, uma
em cima da outra, mais os potes com tinta guache em cores diversas.
O facilitador esclarece:
O facilitador esclarece:
"Cada subgrupo
recebeu uma palavra e essa palavra deverá ser reproduzida por um desenho. Bom
trabalho!"
Após essa instrução,
o facilitador sai literalmente de cena, virando-se de costas para o grupo e
indo ocupar-se com algum material sobre a sua mesa. Somente se alguém o
interpelar é que declara: "Façam como vocês acharem melhor!". É
importante não direcionar caminhos.
Comentários
Geralmente, os
subgrupos realizam o trabalho isoladamente, cada qual desenhando sua parte com
esmero, dando o melhor de si. Quando todos tiverem completado suas obras, o
facilitador pede que cada subgrupo apresente seu trabalho, comentando sobre a
confecção, idéias, participação, etc.
Após todos terem concluído, solicita que coloquem as obras no centro do círculo (ou colem na parede) e montem o corpo que, nesse momento, representa o grupo. Logo todos percebem que não há conexão entre as partes, o pescoço não encaixa no tronco, os braços, sem simetria com o restante do corpo (é preciso, inclusive, cortar a folha a fim de possibilitar o encaixe), as pernas são finas ou grossas demais, há pés desproporcionais ou às vezes nem aparecem.
Enfim, é importante dedicar um espaço considerável para analisar o contido na figura. O que representam as botas (ou sapatos de salto) colocados nos pés?
Muitas vezes o rosto é feminino, com maquiagem, brincos nas orelhas, cabelos cacheados e o restante do corpo é todo masculino (ou vice-versa). A partir dessa verificação e comentários, o time é convidado a refletir sobre o seu cenário atual [e do quanto tudo isto tem a ver com a situação real, cotidiana] e o que está sendo requerido pela organização, o que será necessário fazer para alterar a situação.
Muitas vezes, solicitam a oportunidade de confeccionar um novo corpo/grupo, dessa vez ouvindo a todos, delimitando "características de perfil desejado" , delineando estratégias de atuação.
Após todos terem concluído, solicita que coloquem as obras no centro do círculo (ou colem na parede) e montem o corpo que, nesse momento, representa o grupo. Logo todos percebem que não há conexão entre as partes, o pescoço não encaixa no tronco, os braços, sem simetria com o restante do corpo (é preciso, inclusive, cortar a folha a fim de possibilitar o encaixe), as pernas são finas ou grossas demais, há pés desproporcionais ou às vezes nem aparecem.
Enfim, é importante dedicar um espaço considerável para analisar o contido na figura. O que representam as botas (ou sapatos de salto) colocados nos pés?
Muitas vezes o rosto é feminino, com maquiagem, brincos nas orelhas, cabelos cacheados e o restante do corpo é todo masculino (ou vice-versa). A partir dessa verificação e comentários, o time é convidado a refletir sobre o seu cenário atual [e do quanto tudo isto tem a ver com a situação real, cotidiana] e o que está sendo requerido pela organização, o que será necessário fazer para alterar a situação.
Muitas vezes, solicitam a oportunidade de confeccionar um novo corpo/grupo, dessa vez ouvindo a todos, delimitando "características de perfil desejado" , delineando estratégias de atuação.
Sugestão para obtenção de conclusões:
Na folha de flipchart
dividida ao meio constam as inscrições - Quais os pontos fortes/os pontos a
melhorar? O facilitador vai escrevendo a partir das observações dos
participantes e, depois de concluído, sugere que façam uma analogia com a
realidade do grupo.
Exemplo:
Pontos Fortes
Pontos Fortes
Tem olhar firme
(visão de futuro)
Está de frente, não
tem medo (aceita desafios)
Tem um grande coração
(enxerga as pessoas e as valoriza)
Pontos a melhorar
- O corpo não combina
com a cabeça ( geralmente "cabeça" é a Diretoria. As demais partes do
corpo são as áreas fim.
- As botas são muito
grossas em relação ao resto do vestuário (será que as ordens e ações na
execução não são repassadas com excessiva crueza?)
- As mãos e os pés
são pequenos (ação e impulso para o novo, como andam?)
Questões que o
facilitador pode fazer:
- Que situações do
dia-a-dia ratificam essas constatações com relação ao desenho?
- Neste momento, o "coração" grande (emoção) está ajudando para consolidar esforços e unir satisfatoriamente as pessoas ou o "coração" é tendencioso e atende às "panelinhas" (grupos pequenos que costumam ser os mais favorecidos)?
- Neste momento, o "coração" grande (emoção) está ajudando para consolidar esforços e unir satisfatoriamente as pessoas ou o "coração" é tendencioso e atende às "panelinhas" (grupos pequenos que costumam ser os mais favorecidos)?
- Quais as
atividades/pontos/áreas que não combinam entre si? O que é preciso aprimorar em
termos de comunicação e propósitos?
- O que devemos fazer
para que o ambiente fique mais harmônico?
- O que podemos
fazer?
A situação ideal é
que se consiga, antecipadamente, um delineamento do perfil desejado pela alta
cúpula; o trabalho fica bem mais validado, pois possibilita ao grupo lidar
realisticamente sobre seus "gaps", os intervalos que existem entre
onde estão e o que necessitam treinar/desenvolver em suas habilidades pessoais,
ou como área de trabalho.
Uma outra forma de
trabalhar os "COMPROMISSOS":
- Em uma única folha,
cada um inscreve uma sugestão de aprimoramento. O grupo escolhe quais as que
serão implementadas já, estabelecendo prazo e índice de qualidade. Cada
participante receberá uma cópia desse Plano de Ação e Metas, sendo incentivada
a retroalimentação, o acompanhamento e a avaliação dos resultados, com a
respectiva escolha de responsáveis pela efetivação dos encontros posteriores.
Comentários
Um colega da área, após ler no Livro, ficou com algumas dúvidas. Contatou, solicitando algumas elucidações sobre a dinâmica, que resolvo compartilhar.
Transcrevo nosso diálogo para que você também possa aproveitar as dicas.
"Marise, boa tarde!
Adquiri o livro Vivências para Dinâmica de grupos.
Estou desenvolvendo um treinamento com os gerentes da empresa onde trabalho, e vou aplicar uma das dinâmicas que você apresenta no teu livro (acima mencionado), que está no capítulo 1: Vivência 8: Corpo. Quero te pedir uma orientação sobre a aplicação da dinâmica.
Pelo que li da dinâmica ela esta alinhada com o foco do treinamento que estou desenvolvendo, ou seja, vou reunir neste treinamento todos os gerentes da área administrativa da empresa e os gerentes das unidades. O que pretendo com a aplicação dessa dinâmica é evidenciar a visão que eles tem da empresa como um todo.
Minhas dúvidas com relação à aplicação da dinâmica:
- Quando dividir o grupo em 03 subgrupos, eu devo informar, separadamente, aos subgrupos que eles vão desenhar a cabeça, o tronco e os braços, e as pernas e pés que representam a empresa?
- E pedir para que eles conversem e decidam nos respectivos subgrupos como vão retratar a empresa, conforme a parte do corpo que cada subgrupo vai desenhar?
- Ou não falo nada e apenas passo a tarefa na hora que o subgrupo entrar na sala para executar a atividade?
- Quando dividir o grupo em 03 subgrupos, eu devo informar, separadamente, aos subgrupos que eles vão desenhar a cabeça, o tronco e os braços, e as pernas e pés que representam a empresa?
- E pedir para que eles conversem e decidam nos respectivos subgrupos como vão retratar a empresa, conforme a parte do corpo que cada subgrupo vai desenhar?
- Ou não falo nada e apenas passo a tarefa na hora que o subgrupo entrar na sala para executar a atividade?
Penso que se pedir para os subgrupos se organizarem, com antecedência, como irão retratar a empresa através do desenho, é uma forma de estimular o diálogo, o planejamento e a discussão em grupo para executarem a atividade. Acredito que assim fica mais próxima do objetivo que quero atingir com a aplicação desta dinâmica, ou seja, evidenciar como o grupo enxerga a empresa atualmente, reforçar a importância de mudarem suas posturas e enxergarem a empresa como um corpo organizacional, como um todo e que todos trabalham na mesma empresa, apesar de estarem em unidades/locais diferentes.
Marise, obrigado pela atenção.
Cordialmente,
Marcos"
Segue a resposta:
A tua fala está tão continenti com a dinâmica contida em CORPO IDEAL, CORPO REAL de meu outro livro Jogos e Vivências nas Empresas (pág 106), que a transcrevo para que a conheças melhor e, querendo, utilize esta.
Podes dividir em 3 subgrupos - Cabeça, Tronco, Membros - ou, dependendo do número de participantes e dos objetivos, em 05 subgrupos - Cabeça, Braços, Tronco, Pernas, Coração - que fica bem interessante, também, pois trabalha a questão da emoção e de como as pessoas se tratam, a qualidade do relacionamento interpessoal em si.
"Devo informar, separadamente, aos subgrupos que eles vão desenhar a cabeça, o tronco e os braços, e as pernas e pés que representa a empresa?"
Sinto que é bem mais efetivo colocar as palavras em um saquinho e deixar que cada subgrupo retire "na sorte" a palavra que constitui a tarefa - E pedir para que eles conversem e decidam nos respectivos subgrupos como vão retratar a empresa, conforme a parte do corpo que cada subgrupo vai desenhar? Ou não falo nada e apenas passo a tarefa na hora que o subgrupo entrar na sala para executar a atividade? A dica que passo no livro - e que adoto - é a de deixar o grupo livre para a sua produção. Anuncio o objetivo da vivência e deixo que construam.
Caso alguém já conheça a dinâmica, pode tentar "convencer" os demais para que seja efetuado um trabalho conjunto. Caso isso acontecer, o Facilitador irá elogiar, mais tarde, a iniciativa do gestor em "vender know-how" com vistas a melhores resultados e também elogiará aos demais, por terem aceito a sugestão e não ficar "batendo cabeça" inutilmente.
Pode acontecer de ele, mesmo sabendo e passando a dica, não ser aceito e cada subgrupo, igual, ficar tentando sozinho. Isso demonstra a pouca qualidade da comunicação existente entre o time e a necessidade de aprimorar os relacionamentos e aceitação de idéias.
Em qualquer uma das situações - desenho em conjunto ou desconexo, a análise será sobre o produto final (bem melhor quando colado na parede) e pedir a eles que digam o quanto esta figura retrata ou não a realidade empresarial.
O que precisa ser melhorado.
Em que já estão fortes.
"Penso que se pedir para os subgrupos se organizarem com antecedência como irão retratar a empresa através do desenho, é uma forma de estimular o diálogo, o planejamento e a discussão em grupo para executarem a atividade."
Minha prática tem mostrado que, quando produzem assim mais "emocionalmente" fica mais rico para analisar e processar, depois, mais "logicamente". Trazem mais situações reais de seu dia a dia. O diálogo se estimula em cima do produto, fazendo com que lembrem de situações e fatos. Acredito que assim fica mais próxima do objetivo que quero atingir com a aplicação desta dinâmica, ou seja, evidenciar como o grupo enxerga a empresa atualmente, reforçar a importância de mudarem suas posturas e enxergarem a empresa como um corpo organizacional, como um todo e que todos trabalham em na mesma empresa, apesar de estarem em unidades/locais diferentes. Este é o próprio objetivo da dinâmica.
Uma das minhas experiências:
Certa vez, apliquei esta dinâmica com os gestores de uma empresa de exportação, somente com gestores e supervisores, e o que mais foi discutido foi a distância que ainda existia entre o pessoal da produção e o da administrativa. Enquanto a "perfumaria" (assim era chamada a administrativa) se preocupava em tratar hiper bem os clientes europeus e fechar negócios importantes e lucrativos, o pessoal da produção dependia de ar condicionado, muitas áreas precisando apelar para ventiladores para aguentar o calor. Quando levavam este e outros problemas no dia a dia, não eram ouvidos e nem sequer bem tratados, ouviam expressões do tipo "se vira".
Foi trazido à tona o caso de uma remessa que chegou defasada na França e, quando esmiuçaram o assunto, faltava um percentual (pequeno) de um ingrediente fundamental para o preparo do couro (eram exportadores de peles). Saiu "eu te falei, eu fui na tua sala pra contar, mas ouvi 'te vira!', aí, achei que era mais importante honrar o compromisso do pedido e acabei relaxando na Qualidade".
Olha a importância de um Facilitador hábil, nesses momentos. Pois é fundamental que a "culpa" não fique em uma ou outra pessoa e, sim, em um conjunto de responsabilidades que precisam ser aprimoradas dia a dia.
O conciliador entre a produção e o suprimento, por incrível que pareça, foi o diretor financeiro, que acabou intermediando a situação junto a um presidente atônito. A perda foi absorvida como aprendizado, o pedido foi retomado e uma nova remessa enviada, desta vez com a qualidade nota dez. Firmaram-se compromissos (escritos) de parceira e compartilhamento de problemas, acertados, inclusive, reuniões de rotina para servir como prevenção a possíveis novos problemas. Trabalho riquíssimo.
Plano de Ação, de Metas, de Melhorias:
Esses compromissos, podem acontecer assim:
Distribuo, ao final, uma folha para cada participante, solicitando que escrevam alguma situação de melhoria em si, que redunde na melhoria do grupo. Peço que leiam em voz alta e se comprometam em praticar com um ou mais colegas. Caso os encontros de desenvolvimento tenham continuidade, no próximo evento o Facilitador destina um tempo para que coloquem as ações efetivas que praticaram neste sentido.
Permaneço à disposição.
Abraços e votos de muito Sucesso!
Marise Jalowitzki
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Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com