segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Tenho um subordinado que me desafia! Como lidar com ele?

Na consultoria on-line, a pergunta de um gestor de equipes na área de pesquisas, que transita em dificuldades com um de seus colaboradores.


D.R. enviou a seguinte solicitação:

- Sou Coordenador de Pesquisa.Tenho um subordinado que me desafia;Todo fim de ano ele faz comunicações violentas do tipo:"Teu laboratório está parado.Teu laboratório não funciona".Ele ora faz a retórica de vitma; sem apontar soluções.Ou critica todas as propostas que faço. Ele faz o papel de WORKHOLIC, do tipo que não tira férias, nem domingo, nem feriado.Casado com o trabalho.Ora reclama que há cinco anos só tem frustrações! Ou então ameaça de processar quem lhe desagrada... É um sujeito difícil de lidar. Como lidar com ele?


Caro D.!


Vamos dividir um pouco de nossas percepções:

O que são "pessoas difíceis"? Para mim, pessoas incompreendidas, quase sempre em situações bem anteriores às vividas agora, pessoas que gostariam de ter participado, anteriormente, e que foram subvalorizadas.

Como perceber se elas ainda estão "vivas", isto é, se ainda querem ser acessadas e, quiçá, responder positiva e construtivamente? Ou se já se acostumaram com as queixas, absorvendo energia dessa forma - mesmo que não se apercebam disso?  Tente perceber. Como? Dando alguma responsabilidade extra dentro do processo. Repassar sem nenhum movimento do tipo "Ahá, agora vais ver só!". Não. Tentar trazer essa pessoa para perto, designar-lhe naturalmente alguma ação, o quanto mais independente, melhor.


Como identificar se essa pessoa não quer, simplesmente, disputar "poder"? Se ela te irrita, ela está exercendo poder sobre ti. Se ela te tira do sério, é porque conseguiu mexer contigo e ela sente e sabe disso.
Assim, é bem importante que analises, em ti, qual a parte da outra pessoa que consegue balançar; em qual assunto? É o que diz? Ou é como diz? É postural? Uma vez identificado o "ponto", a estratégia será sempre trabalhar em ti qual a melhor maneira de equilibrar emoções conflitantes.

Agora, há um momento em que a situação esbarra nos limites de cada um. Ao sentir que chegou esse momento, a providência passa por:

1- Uma conversa franca. "Já tentei trabalhar a situação; passei algumas tarefas mais relevantes no intuito de te sentires mais valorizado dentro do grupo. Valorizei teu trabalho, reconheci entre teus colegas o valor de teu desempenho. Incentivei algumas folgas. Tua postura permanece a mesma. Quero te ouvir para ver onde chegaremos."

2- Alguns acertos em comum, para tentar melhorar, pelo menos amenizar, o ambiente. Preferencialmente de consenso.
3- Estabelecer um prazo para uma nova conversa, para avaliação dos resultados. O prazo não deverá ser muito longo. Dependendo da situação, uma semana é um tempo bastante razoável.

Durante esse período, permaneça atento. Mesmo que a premissa seja acreditar sempre no lado bom das pessoas, não sabemos fruto de quais experiências anteriores o outro é. Assim, é interessante manter um controle bastante isento do fruto de seu trabalho. Serve para verificar se tudo vai bem, como serve, também, para auxiliar em caso de necessidade e mostrar-se parceiro.  Sorria.

4- Novo contato. Avaliação conjunta.

Tenha a certeza de que o próximo passo, independente de qual seja, será tomado por ti com muito mais isenção e auto confiança. E, sem dúvida, a situação advinda terá um percentual determinante da postura que ele tomou durante o período que os dois acertaram.

Felicidades!
Marise
Contatos: marisej@terra.com.br