quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Vale a pena envelhecer






Marise Jalowitzki

Este é um texto dedicado aos maduros. Aos que já foram protagonistas de muitas histórias e que ainda estão aqui. Também aos que não estão mais e que participaram da Vida de cada um, influenciando com sua presença, ajudando a escrever algumas páginas da história.

Percebo que, à medida que se envelhece, as diferenças costumam ficar mais e mais evidentes. Não me refiro às diferenças físicas, pois estas estão-são tão flagrantes que o remédio é apenas aceitar as mudanças ou, como alguns fazem, se empenhar em tentar 'disfarçar' os sinais do tempo com os recursos esteticamente disponíveis. Cada um vê o envelhecimento de um jeito e não há julgamentos sobre. Apenas necessária aceitação. Como insisto em dizer: Sofrimento, não! Amor, sim! E ponto.

Cada choro e cada riso legaram sua marca.

As diferenças a que me refiro aqui são as mentais-emocionais, fruto de todas as etapas que já vivemos e que os mais jovens, por mais que se esforcem por entender, apenas vislumbram. Não há como comparar. Por isso é que se diz que envelhecer é como se ter a 'obrigação' de estar e ser melhor do que quando se veio, lá atrás. Senão, é como se não se tivesse aprendido o básico. Como saber ficar sozinho(a), por exemplo.


"Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite". -Clarice Lispector

Eu não sei o que a Clarice sentiu quando disse  "eu também sou o escuro da noite", mas sinto que somos o dia e a noite, o manifesto e o latente, o cognoscível e o desconhecido, que temos os dois dentro de nós e, portanto, tanto o previsível quanto o imponderável nos representam. 

Sim, por vezes dá saudade, nostalgia, tristeza, vontade de que fosse possível voltar. Por vezes algum arrependimento, tipo "ah! se eu soubesse!", ou pensamentos como "por que passou tão rápido?" Mas, como sempre, o que temos de real é o Agora e é BEM importante sacar o mais rápido possível que o melhor é aceitar e agradecer!

Este é um tempo de reflexão. Para muitos, apenas de correria, de muitos compromissos, de adquirir coisas, de planejar eventos. Tudo é válido, contato que não se perca o prumo nem entre em ansiedade. 

Cada um a seu tempo. Cada fase a ser vivida individualmente.

Pessoalmente, nunca fui adepta de grandes endividamentos, de comprar, comprar, comprar. Mas tive, sim, a fase bonita em criança, jovem e adulta, ou quando eu era pequena, ou quando minha filhinha e seus primos eram pequenos e, mais tarde, quando os netos eram pequenos. Aí, transportava-me para o mundo do encantamento, da magia, acreditava (ou reacreditava) nas fábulas, histórias fantásticas, alegrias sem fim. Muita cor, gulodices, bichinhos de pelúcia e carrinhos, correria, gritos e alegria... e também uns choros, especialmente quando era pra sentar no colo do Papai Noel, aquele ser gordo, todo vermelhusco, parecendo um capeta ou, no mínimo, muito estranho e chamativo.

Passou. 

Hoje, todos grandes, alguns (como eu) já caminhando para o finzinho da jornada, resta agradecer por todas as fases vividas, os seres de diferentes espécies que estiveram junto (humanos, gatos, cachorros, ovelhas, patos, passarinhos, cigarras, lagartixas...muitas flores, frutos, verdes, árvores, sementes...).

Agradecer e reconhecer os erros, os acertos e os aprendizados, adaptar-se ao 'tempo de hoje' traz mais sossego, lenitivo para a Alma, alegria ao coração. É muito bom ficar velhinho(a) quando a gente se deixa conduzir. Por isso, quero deixar aqui uma sugestão aos maduros que insistem em brigar, em tentar impor sua vontade, em demonstrar sua insatisfação: sossegue, experimente um silêncio benfazejo, um autorespeito, aprenda a aproveitar os novos ciclos e a contabilizar a serenidade.

Gratidão, Vida! 

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 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 



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