segunda-feira, 2 de julho de 2018

O Amor que Hoje Damos


Por Marise Jalowitzki - 02.julho.2018 - http://marisejalowitzki.blogspot.com/2018/07/o-amor-que-hoje-damos.html
Há algum tempo compartilhei um conteúdo sobre o abandono de idosos em casas "de repouso" e os lamentos de tantas mães e pais clamando pela presença-visita dos filhos. Uma mãe, em especial, bem velhinha, dizia: "Minha filha, vem me visitar no Dia das Mães! Eles aqui me cuidam muito bem, tenho todos os cuidados de que preciso, eu não vou pedir pra você me levar pra morar na sua casa. Sei que vocês tem sua própria vida, cheia de compromissos e eu estou bem aqui! Só estou com muitas saudades! Queria uma visita, conversar um pouco, receber seu abraço! Vem me ver, minha filha! Tenho muitas saudades!" A declaração da idosa era de doer na alma.
Surpreendentemente, o texto-video recebeu mais comentários de filhos (adultos) revoltados que emocionados! E foram mais mulheres que responderam, com declarações ao estilo de "Minha mãe não me cuidou quando eu era pequena. O que você acha que vai acontecer quando chegar a vez dela ser cuidada? Vou apenas fazer o que ela fez comigo!"
Outra declaração era: "Minha mãe batia muito em nós. Eu era até obrigada a comer a comida que não queria e ela dizia que, se eu vomitasse, iria comer o vômito, o que, efetivamente, aconteceu mais de uma vez! Você acha realmente que eu vou querer me lembrar de uma pessoa assim?"
E mais outra declaração: "Todos colhemos o que plantamos. Está até na Bíblia. Não me sinto nem um pouco em falta por "abandonar" meus pais, sendo que me obrigaram fazer tanta coisa que eu não queria, senão era bastante castigada!"
Imaginem o que seria este mundo caso ninguém, em nenhuma circunstância, "desse o braço a torcer", se ninguém resolvesse fazer diferente, se não tivesse quem se decidisse a iniciar um movimento novo, onde o perdão ocupa o lugar do revide, do ódio, do "troco" (que alguns insistem em chamar de justiça!
Fico na reflexão, também, de tanta violência que tomo conhecimento, todos os dias, de pais severos, que castigam, que batem, que punem duramente, de mães que sentem muita raiva de seus filhos, que, separadas do esposo-pai-da-criança, ficam acusando a criança de ser "igual aquele sem vergonha" e coisas do tipo!
Gente, temos de romper este círculo de ira, de revanchismo, de aversão aos pequenos! Ainda que eles proporcionem bastante dor de cabeça, pois criar filhos nunca foi fácil! Educar, indicar caminhos, ser modelo e exemplo é muito, mais muito mais efetivo que bater, punir severamente. O que, aliás, nunca melhorou em nada, a não ser em submeter momentaneamente, em aumentar a revolta, em fazer nascer sentimentos de vingança e-ou mais violência.
Deixo aqui, neste momento, meus mais sinceros votos de mais Paciência, de mais Entendimento, de mais Aceitação! É possível!
Respira fundo, mãe! Respira fundo, pai! Procura ajuda psicológica para você, se necessário, muda o paradigma! Ajude seu pequeno, é uma vidinha iniciante, muita coisa confusa ao captar e tentar construir sua visão de mundo. Um cãozinho, um pet de estimação, bem mais tempo de pai-mãe dedicado a ele/ela, passeios ao ar livre, respeito, atenção. Mãos dadas.
E pondere, também, sobre como vai ser duro, quando chegar a sua vez, caso seja abandonad@ pel@ filh@ em sua etapa de velhice.
Somente quem já está adentrando nesta fase, como eu, pra saber o valor do compartilhamento com os afetos, o quanto de alento representa a presença, o carinho, as falas, os sorrisos, as pequenas trocas! Somos seres gregários e todos precisamos de Amor e Afeto compartilhado!
Eu ofereço ao Universo a minha Gratidão pelo Afeto recebido dos meus queridos! É tudo de bom!
Marise Jalowitzki
(imagem enviada pelo amigo Antonio Correia Junior)



 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 

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