Por Marise Jalowitzki
Sim, eu tive, tive sempre muitos sonhos. Hoje já estou em estágio mais conforme. E também conheci muitas pessoas, inclusive entes queridos, que voavam alto, que queriam muitas coisas. As "minhas" coisas, as que eu queria, não tinha a ver com dinheiro, posses ou prestígio. Era aquela ansiada liberdade que o viver em contato com a Natureza promove, só que isto incluía pessoas. E aí é que foi ladeira abaixo, pois não se pode incluir nos sonhos a "garantia" de que alguém (ou "alguéns"...) vão sonhar o mesmo sonho, querer as mesmas coisas e sentir de forma semelhante.
Agora tento trabalhar em mim este estado de coisas e sentimentos. E, quanto aos outros - muitos deles já se foram - resta enviar as saudades e o aprendizado sofrido do que poderia ter sido e não foi. Todos tentam, todos acreditam que vão conseguir coisa melhor. Nem sempre dá.
Como somos grão de areia neste universo, desistir de viver não é a melhor opção, não. Hoje percebo que é um ato egoísta, pois, ao lado, ou lá na frente, sempre vai ter alguém que sente a falta, que lembra e, muitas vezes, chora a dor da ausência.
É sabedoria aprender a agradecer, a aceitar aquilo que o(s) outro(s) pode nos dar. Muitas vezes são monossílabos, por vezes só a presença, sem falas ou toques; nouotras vezes, nem isto, nem a presença ou uma palavrinha. Puxa! Justo agora, que era quando eu mais precisava! Mas nem sempre acontece! E pode vir a acontecer depois. Ou não.
As pessoas são como são. As coisas acontecem, na maioria das vezes, sem a atuação de nosso controle.
Aceitar, aceitar, aceitar. Ressignificar. Seguir, da melhor maneira possível!
Sonhos precisam ser avaliados e reavaliados à medida que se avança no Caminho. Muitos precisarão ser mudados, pois perderam uma ou mais antenas da trilogia:
Tangível
Possível
Mensurável
Tangível = todo sonho precisa já nascer 'se mostrando' de alguma forma. Isto é, necessitamos de poder 'tocá-lo', fora de nossa imaginação. Senão vira fumaça! 'Tocar' no sonho é poder constatar o que já está acontecendo na prática, para que ele possa se concretizar. Ex.: alguém decide que ser ser popular, carismático lá no futuro e não exercita isto no aqui e agora, não vai dar certo!
Possível = acalentar sonhos possíveis é premissa. Para avaliar as possibilidades de dar certo, há que levar em conta as condições físicas, psíquicas, o lugar onde estamos e onde pretendemos aplicar aquele sonho, capital necessário para fundamentá-lo, eventual apoio do entorno. Temos isso?
Mensurável = criar condições para ir 'medindo', projetando espaços de tempo em que estas medições irão ocorrer. Se muito tempo está passando, sem que se tenha conseguido sequer dar o primeiro passo, melhor rearranjar!
Hoje pela manhã saí com meu neto para uns compromissos e, logo na saída, me deparei novamente com um super canteiro de flores lilases, lindas. Flores que eu queria demais ter em um jardim. Feliz foi o dia em qu, após um trabalho de desenvolvimento humano em Erechim, ganhei lindas mudas que trouxe até meu domicílio. Tinha recém adquirido um pequeno sítio e seria o ideal plantar lá. Foi o que aconteceu. Por mais de ano íamos lá todos os finais de semana. Nunca um brotinho de flor.
Daí, aconteceram alguns problemas familiares e tive de me empenhar ferrenhamente por várias semanas.
Quando finalmente consegui ir novamente ao sítio, as hastes secas em todos os pés denotaram que as flores haviam nascido, se desenvolvido, florido e eu não vi nada!
Pois agora, em frente a meu edifício, há um lindo jardim todo florescido. Claro que - humana como sou - sinto uma pontinha de inveja ao ver aquele lindez toda em outro jardim. Mas posso vê-las além da cerca. Pensamento recorrente de minha experiência com esta flor e tantas outras coisas. Não tenho mais o sítio amado, a vida mudou bastante. As flores mudam de lares, mudam de raízes, mas são sempre exuberantes, grandiosas em seu doativo explendor. Sabem viver e morrer e mostram isto quando a Vida resolve por um fim à sua breve existência.
Hoje pela manhã, ao olhar mais uma vez o canteiro todo lindamente florido, percebi um belíssimo beija-flor, todo verdinho, brilhoso, ágil como sempre, coletando o néctar em muitas daquelas flores. Parei, extasiada. Ele estava bem próximo, nao parecia se amendrontar com a nossa presença. E o víamos através das grades. Quis registrar em fotos, mas deixamos os celulares em casa pelo excesso de assaltos que a vida urbana está oferecendo. Gravei na retina e seguimos, cumprindo nossos compromissos.
E me deparo com um texto reflexivo e esclarecedor do Mestre Shen, da Medicina Tradicional Chinesa, compartilhado pelo também médico Claudio Rhein. Transcrevo:
"DEPRESSÃO - as pessoas que têm "excesso" de sonhos, desejos, projetos, nem sempre os realizam e vão acumulando frustração.
Quem muito aposta em pessoas que pouco conhece, pode se decepcionar e, acumuladas frustração e decepção, surge a raiva. O fígado foi atacado. A duração da raiva - e do fígado atacado - permite a ocorrência de desânimo, fraqueza, sensação de estufamento, irritação, amargura, arrotos, ansiedade, tristeza (agora baço e pulmão já estão fracos) e logo surge o medo, pânico, falta de vontade, inclusive de viver (os rins estão enfraquecendo). O organismo está em depressão e idéias suicidas, as quais podem chegar ao suicídio.
Precisa fazer o caminho de volta, só ou com ajuda.
Com organismo fraco, vitamina D é baixa, o que determina fraqueza muscular e dificuldades em controlar a mente.
Em casos mais agudos a psiquiatria é de grande ajuda, mas os antidepressivos químicos não resolvem, apenas perpetuam o estado depressivo. Quem se suicida, normalmente, usava mais do que um medicamento, o que prova a baixa eficácia.
Melhorar os neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e dopamina) com alimentos apropriados, ervas medicinais, amargos e picantes para vencer amargura e letargia, vitamina D, sair ou ser retirado da clausura/solidão, são curativos à depressão.
Lembre que a girafa do filme Madagascar tinha depressão e pânico. Não saia do zoológico, nem sabia que existiam outras girafas, nem animais diferentes nas savanas. Será que os humanos não estão precisando sair do seu mundico e ver que existem outros semelhantes ou diferentes?
Tentar e muitas vezes com ajuda.
Mas só se muda mudando, não só com falas, mas ação." Mestre Shen
(compartilhado por Dr. Claudio Rhein, médico da MTC - Medicina Tradicional Chinesa - Caxias do Sul - RS)
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