domingo, 7 de abril de 2019

É possível manter-se forte em um ambiente inóspito?




07.abril.2019
Marise Jalowitzki
https://marisejalowitzki.blogspot.com/2019/04/e-possivel-manter-se-forte-em-um.html

A tentativa de trazer um modelo único de superação continua em voga em nosso mundão imperfeito. Proliferam as receitas prontas, o passo a passo "certo", que "garante" o sucesso na caminhada... claro que isto não existe, pois cada ser é único, fruto de sua própria leitura de mundo, consequência de todas as experiências pelas quais passou e o aprendizado que obteve disso. Então, como assim, passar uma forma única, padronizada, na expectativa de que servirá a todos que dela tomarem conhecimento? Visão parca, pobre, que, infelizmente, continua angariando adeptos. 

E os incautos, ingênuos, na expectativa de serem 'bem sucedidos' (em que, mesmo?) envidam esforços no afã de conseguir o almejado resultado.

Não adianta, não dá certo para todos! Então, o que fazer? Melhor que tudo, e antes de tudo, conhecer-se mais, observar-se mais, sentir-se mais. Aprender a dizer 'não' apenas para as coisas possíveis, para as pessoas possíveis, para situações possíveis. 

Há pouco contatou um pai de família que estava nervoso, impactado. Foi pleitear uma mudança para melhor nas condições de trabalho e o 'patrão' simplesmente lhe mostrou a porta de saída. Simples assim. Ele não esperava por isso. Encontrei-o quase a ponto de chorar. E agora? Apelou para parentes, vai correr atrás em uma situação tão precária como esta a situação trabalhista em nosso país. 

Como dizer 'não' a um gestor impertinente, por exemplo, se isto pode decidir a manutenção ou não do emprego? Impossível, pelo menos no momento, já que, fazendo um balanço, o salário advindo era a atual única fonte de renda e dela dependem dois filhos. 

Então, de acordo com a situação, adequar-se não é covardia, nem indecisão; é sabedoria. 

Planear possibilidades exige prevenção, não remediação. O que significa que pensar em outra fonte de renda, em outro tipo de trabalho, em outro ambiente, a fim de gerar mais satisfação, é coisa que deve acontecer ANTES de pleitear mudanças, que podem gerar imprevisibilidade. 

Planejamento. Metas tangíveis, possíveis e mensuráveis.

Em tempos densos como o que passamos é preciso cautela, exercitar a paciência, analisar todos os cenários e possibilidades. Ao meu amigo, agora, só posso enviar minhas melhores vibrações.

A consciência de estar inadequado ao ambiente, de estar necessitado de outros ares, de precisar demarcar outros territórios, proporciona, por si só, a calma interior necessária para continuar por mais um tempo num ambiente inóspito. A certeza que será por um tempo determinado, tentando capacitar-se para outras atividades rendáveis é adquirida sempre que se tem a visão estratégica do "eu aguento, mas estou vendo coisa melhor e breve vou sair".

Lembrando que toda ação inicia na mente. Isto é: primeiro imaginamos, depois planejamos e só depois agimos. A ação leva em conta todos os cenários. 

Aceitando-se. Admirando-se. Valorizando-se. 
Sendo estratégico.


 Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com 


Nenhum comentário:

Postar um comentário