"Lembre-se que ninguém escolhe ter sintomas de inadequação ao meio onde vive." (Livro TDAH Crianças que Desafiam - pág. 94)
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05.outubro.2016
http://marisejalowitzki.blogspot.com.br/2016/10/adolescencia-e-o-nao-quero-pais-voces.html
O caso de hoje traz a situação de um garoto tímido, apontado com o diagnósticos de tdah e fobia social... retraído e triste, a mãe está preocupada por ele estar perdendo o interesse nos estudos. Claro! Algo precisa acontecer de bom, e já, e, com certeza, não se trata de receitas de psicotrópicos, embora a mãe já tenha recebido, na primeira consulta ao especialista, a prescrição dos tarjados!!
Na composição de nossa individualidade sadia, cada um de nós precisa primeiro identificar o "não", isto é, destacar primeiramente o que não se quer, o que causa mal, o que causa desconforto. Estabelecer o "não quero isso pra mim!". E ir estabelecendo limites, o que inclui mostrar aos demais o que o desagrada (pais, vocês estão preparados para ouvir e viver isto?). Afastar-se de um meio hostil pode ser uma solução, sim. Como a transferencia de escola. Tantos pais resistem a isso, dizendo que a criança "precisa se acostumar, pois assim é a vida!"... quem disse? vida tem lado ruim, sim, mas tem MUITA COISA BOA, também!!! Porque ter de viver o lado mais amargo já na infância-adolescencia? E de uma forma assim intensa? Sofrimento faz parte da vida, sim, mas não é o único ingrediente. Luta/fuga faz parte, também. É estratégico. Um novo ambiente, com acolhimento, possibilita reescrever uma historia, que passa a ser de apostas no Bem e em acertos.
Daí, gradativamente, acontece a identificação do que se quer, dos gostos, da eclosão das habilidades.
"Construir a autovalorização, passa por criar as chamadas "cerquinhas de proteção" , primeiro passo para vivenciar a autoestima. Uma criança-jovem retraído, que não se socializa, que não interage na escola e em casa é bondoso e querido, tem tudo para continuar sendo quem é,ser valorizado pelos seus, ser elogiado, receber reforços positivos sempre que realizar ações, mesmo simples.
A autoestima não pode estar alicerçada na opinião dos outros, senão, é uma ilusão! Agora, as pessoas importantes na vida de uma criança, como a figura da mãe e pai, não há dúvida que exercem um poder de influência básico. Por isso é tão importante não olhar com peninha o filho, não olhar com comiseração e tristeza a figura daquele adolescente arredio... Ele precisa de reforço positivo, não da "constatação" da mãe que há algo mesmo de "errado" COM ELE! Ele já recebe e percebe críticas no entorno o tempo todo, reclamações verbais dos professores por não interagir em sala, gozações veladas ou escrachadas dos colegas por ser um "esquisito", ou um "burro"... risinhos abafados de algumas meninas...tudo se agiganta na mente e coração de um adolescente, fazendo-o, lógico, desinteressar-se em estudar e continuar frequentando a escola. Nada mais "lógico" que querer fugir do ambiente que o hostiliza!
Claro que uma mãe sofre ao ver o filhote triste, solitário, ensimesmado. Só que, mesmo doendo internamente, tem ela de acreditar no potencial de seu filho! ELA tem de VIVENCIAR nas ações cotidianas este Amor e Admiração pelo que o filho é na essência. Não no que dizem os rótulos e jargões sociais, tão viciados e estereotipados.
Ensine a seu filho a defender seu espaço!! Gente, tenho acompanhado alguns casos de pertinho e é MUITO emocionante como alguns adolescentes conseguem, pelo menos, "segurar com o braço", tipo taekwondo, a agressão física de algum colega, coisa que antes não faziam!
Assim, ao invés de se debater entre a receita da dobradinha ritalina-risperidona e a pressão da escola, ame, ame, ame!! Reconquiste seu filho! Faça-o sentir-se bem em sua presença! Parafraseando o psicopedagogo do RJ Edson Damiao: "Pergunte-se, mamãe: Quais são os talentos de meu filho???"
Olhar "além da casca" é ver seu Filho na Essencia! Como a mãe mesma diz: Em casa ele é carinhoso, bondoso, educado.Não é ele que é o problema! O problema reside no entorno, com métodos defasados, com exigencias unilaterais, com excesso de críticas e julgamentos! Hora de mudar o rumo desta história!
Marise Jalowitzki
Algumas estratégias práticas sugeridas aos pais e pessoas do convívio:
• Reforce positivamente a pessoa a pedir informações sempre que julgar necessário, que serão repetidas e esclarecidas.
• Tente ser paciente e calmo para ajudar a ultrapassar as suas próprias frustrações e reatividade emocional em relação ao outro. Entender que se trata de uma fragilidade ajuda.
• Seja internamente e externamente compreensivo sobre as realidades da “derrapagem cognitiva” única para a mente inadequada ao meio em que vive.
Sobre a autora
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br
LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar
Déficit de Atenção e Hiperatividade
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