segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Sobre a fome de todos os dias

Marise Jalowitzki
Nos cursos de longa duração que ministrei, discutíamos sempre e sempre as questões éticas, que, quando praticadas de forma incessante, acabam por criar hábitos.
Gratidão a todos os que participaram com sua presença física e com sua irmanação espiritual destes debates. Sei que fizemos a nossa pequena parte neste mundão caótico!
Em um destes encontros, uma assistente social comentou que se percebeu irritada quando saía de casa e encontrava sempre as mesmas crianças pedindo comida, toos os dias. Ela mal podia parar, pois tinha de chegar ao trabalho no horário, portanto, nem sabia quem eram as crianças, onde moravam, o que faziam.
Até que ela se deu conta: mas elas tem fome, como eu! E esta fome vem todos os dias! Como pra mim também! E, aí, declarou ela, passei a já ter um lanchinho pronto todos os dias.
Esta lição eu aprendi e, desde lá, sempre que saio levo algum alimento dentro de minha bolsa. Sempre. E sempre há quem venha pedir comida. Todos os dias. Como eu, eles também precisam comer todos os dias.
Please, leva esta reflexão contigo e pensa em fazer o teu pouquinho a cada novo alvorecer. Custa pouco. Sim, é louvável dar presentes (alimento e roupas) para os que não tem, por ocasião do Natal. Lembra, porém, que as necessidades básicas, como a alimentação, os desprovidos sentem todos os dias. Como você!
Sim, são ações pequenésimas, não vão resolver o problema da fome no mundo, mas, para aquelas poucas pessoas que serão ajudadas, faz toda a diferença!
E se milhões e milhões fizerem a mesma coisa?
Feliz 2020 a todos!

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