segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Rir é preciso - Um pra mim, um pra você



A figueira e os figos na entrada do cemitério



Por Marise Jalowitzki
publicado neste blog em 22.agosto.2016
http://marisejalowitzki.blogspot.com.br/2016/08/rir-e-preciso-um-pra-mim-um-pra-voce.html

Sempre acreditei que rir faz bem à Alma! Sempre que possível e, às vezes, mesmo quando não é possível, é importante rir. Estimula as endorfinas ("afina a dor" rsrs) que são as responsáveis pelo otimismo e, também, nos deixam mais imunes às doenças - físicas ou psicossomáticas -.

Pois há pouco ouvi uma história MUITO LEGAL! Tenho origem em uma cidade pequena do interior do RS; por isso, a história tem tudo a ver com coisas que ouvi e vivi na infância. Tive um irmão, inclusive, que ía com amigos fazer brincadeiras (xistes) no local que mencionarei logo, assustando pessoas. Pura molecagem.

Para contar a história, eu até imaginei o cemitério em Santo Ângelo - RS.

Bem, a história é a seguinte:

Havia dois trabalhadores da construção civil que estavam contratados em uma obra próxima do cemitério da cidade. Certo meio-dia, viram que, do lado de dentro do cemitério municipal, havia uma enorme figueira, plena de pequenos figos verdes.


A figueira estava cheinha de figos verdes!



- Puxa, eu adoro figos! - disse um.
- Eu também! Eita fruta boa! - exclamou o outro.
- Vamos esperar que fiquem maduros e vamos colher todos!
- Legal!
E assim fizeram.
Todos os dias passavam em frente ao muro do cemitério, olhando os figos, que, a cada meio dia, estavam um tanto mais crescidos.

Passou-se uma semana, duas... Certo meio dia passaram novamente frente ao muro branco e viram que os deliciosos frutos estavam no ponto.


Os figos, maduros, estavam no ponto de colheita

- É hoje! - disse um dos operários.
- É hoje! - assegurou o outro, esfregando as mãos. - No final do expediente a gente passa pro lado de dentro e colhe tudo.
- Cada um leva o seu saco.
- Melhor ainda que estamos na Lua Nova, assim ninguém vai ver que a gente vai entrar no campo santo depois do horário.

E assim foi. Início da noite de outono, seis horas no RS já é escuro. Entraram no cemitério deserto.

- Vamos fazer assim. - disse um. - Tudo que a gente colher vai dividido na hora.
- Tá bem. Vai ser: um pra mim, um pra você!
- Feito.

E começaram: Um pra mim, um pra você! As vozes íam se alternando, conforme colhiam.
Em determinado momento, dois figos saltaram muro afora.
- Puxa! Eu não queria perder nenhum! - disse o primeiro.
- Nem eu! Mas deixa estar. - respondeu o outro. - Ao final a gente passa lá fora e pega esses dois.

E continuaram colhendo.
Um pra mim, um pra você.
Um pra mim, um pra você.

Ía passando um homem bêbado, já bem alterado, que se alarmou ouvindo aquelas vozes vindas de dentro do cemitério, àquela hora, tudo escuro. Meio temeroso, mesmo assim, resolveu chegar mais perto do muro, do lado de fora. Lá dentro:
Um pra mim, um práa você!

- O que é isso? - pensou.
Lá dentro continuava:
Um pra mim, um pra você!

- Virgem Mãe, Nossa Senhora! - pensou o bêbado. - É Deus e o Diabo repartindo as Almas!

Apavorado, saiu correndo e chegou até a delegacia, que era bem próxima e, muito nervoso, contou ao delegado o que ouvira. Risos.
- Mas, é verdade, sr. delegado! Eu ouvi! O senhor precisa ir lá comigo e ouvir com seus próprios ouvidos! Chegou o fim do mundo! Os dois 'tão lá, Deus e o Diabo, repartindo as Almas!

O delegado, zombando, consentiu em acompanhar o cidadão alcoolizado e saíram juntos em direção ao cemitério. Já próximos, começaram a ouvir:
Um pra mim, um pra você!
Um pra mim, um pra você!

Do lado de fora, tudo escuro, os dois sentiram um calafrio:
- E não é que é mesmo? - diz o delegado, muito assustado. - É o Apocalipse!

E o reparte continua.
Um pra mim, um pra você!
Pouco depois, um deles exclama:
- Terminamos! Esta divisão foi boa!
- Terminamos nada! - diz o outro. - Falta aqueles dois que estão lá fora!

Delegado e bêbado se entreolham, gelados. O delegado pega o outro pelo colarinho, arrastando-o, enquanto grita:
- Correee!

(Claro, vá que Deus escolha a um e o diabo a outro!...quem sabe? Melhor não arriscar!)

É assim que acontece quando a gente não conhece todos os fatos e ouve uma história só de uma parte em diante!...


Bem, talvez você já tenha escutado; talvez nem tenha achado graça. EU RI MUUUIIITOOO! Fez um bem danado!
Achei por bem compartilhar.
Um bom dia pra mim! Um bom dia pra você!


 Um pra mim, um pra você!


Marise Jalowitzki
Compromisso Consciente




compromissoconsciente@gmail.com

Escritora, pós-graduação em RH pela FGV, 
international speaker pelo IFTDO-EUA
Porto Alegre - RS - Brasil

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