16.janeiro.2016
TDAH - Quais as causas da inedequação escolar?
Vamos repensar a idade de matricular nossos filhos na escola
Ao invés de tanto medicamento "mágico", Amor, Compreensão, Inovação nas Metodologias Educativas.
"Ao invés de continuar acelerando uma prática medicamentosa que vem carregada de suspeitas sobre seus efeitos em médio e longo prazo, não será a hora de discutir mudanças e melhorias no meio ambiente (entendido como, também, o interior dos lares, o entorno das residências,o entorno das escolas), nas políticas públicas, nos currículos, na forma de apresentar conteúdos e conceituar desempenhos? (..) Se, muitas vezes, o fator idade é preponderante para a assimilação do conhecimento empírico, uma das alternativas é, sem dúvida, repensar a idade para matricular as crianças no ensino fundamental e o que vai ser exigido delas e de quais serão os critérios para aprovação e encaminhamento ao ano letivo seguinte. E rever currículos."
pág 46 - Livro TDAH Crianças que Desafiam
Aperfeiçoamento
em crianças
"Não é segredo que as drogas psicotrópicas são eficazes em crianças saudáveis, o que se torna em um grande incentivo para os pais a usar essas substâncias para promover a atenção e a concentração de seus filhos, na tentativa de proporcionar-lhes uma vantagem competitiva. Este tipo de "Otimização" das habilidades de uma criança ocorre sem qualquer gasto de tempo e passa despercebido, por isso os pais não são convidados a responder a qualquer crítica.
De acordo com a informação fornecida pelo Conselho do Presidente
dos EUA de Bioética, o uso de fármacos psicotrópicos, tais como Ritalin ® e Concerta ® não
coincidem com o número de diagnósticos e indicações terapêuticas. E mais, uma
tendência com relação ao sexo (meninos), idade (crianças mais jovens) e região
(cidades), pode ser identificada. Além de diferenças regionais relacionadas com
as línguas, a mesma tendência, também pode ser observada na Suíça. Além disso,
o consumo de Ritalin ® na Suíça aumentou marcadamente entre 1996 e 2000, de
13,7 kg a 69 kg, e, principalmente, entre 5 - a 14 anos de idade.
Dentro destes quatro anos, a dose
média foi aumentada em cerca de 10 por cento. Apesar de uma série de
intervenções parlamentares, não detalhadas, um relatório recente está
disponível, abordando a prática de prescrição em toda a Suíça e o consumo de
medicamentos psicofármacos em crianças. No entanto, este relatório deixou de
revelar e explicar porque, por exemplo, o uso de metilfenidato, também
conhecido, entre outras denominações, como Ritalin ®, que tem sido utilizado na
Suíça há mais de 55 anos, de repente, teve tal aumento nos últimos 15 anos.
De uma perspectiva ética, é
importante destacar que o diagnóstico, por exemplo, de transtorno de déficit de
atenção, transtorno desafiador opositivo ou transtorno de ansiedade, representa
um desafio profissional, uma vez que é difícil diferenciar entre normal e
patológico o comportamento em crianças. Também pode-se
presumir que o aumento do uso de drogas psicotrópicas seja responsável por uma
mudança em curso nos padrões de quais comportamentos de crianças ou
adolescentes sejam socialmente considerados como compatível e
"normal", e quais são considerados patológicos. Tendo em conta que o
diagnóstico também é afetado por essas avaliações da sociedade, bem como a
preocupação de que as crianças "se encaixem" no jardim de infância e
na escola, um novo aumento de prescrições é provável. Este exemplo demonstra que a distinção entre reforço e uma necessidade de terapia podem
variar, dependendo do histórico e contexto cultural - e como resultado é
submetido à reflexão ética.
É claro que este desenvolvimento pode ser considerado positivo,
uma vez que se destina a fazer avançar a criança, manifestando características
desejáveis e, consequentemente, promovendo sua integração social. Alguns consideram
mesmo esse avanço uma obrigação moral. Ainda assim, a NEK-CNE está hesitante a
este respeito, porque o consumo de agentes farmacológicos com o propósito de aprimoramento altera o comportamento da criança, sem
qualquer contribuição de sua parte [32]. Isto eleva o grau de interferência na
liberdade da criança e seus direitos pessoais. Porque agentes farmacológicos
induzem mudanças de comportamento, mas não conseguem educar a criança sobre como alcançar estas mudanças
comportamentais de forma independente. Assim, a criança é privada de uma
experiência essencial de aprendizagem para atuar de forma autônoma [26],
notadamente para influenciar o seu comportamento através de decisões pessoais,
ao invés de meios externos (somente), o que permitiria a criança tomar
responsabilidade. Dentro deste
contexto, o aprimoramento reduz
consideravelmente a liberdade dos filhos e prejudica o desenvolvimento de sua
personalidade.
Além disso, o consumo de substâncias farmacológicas podem ter
implicações adicionais no caráter, porque a criança é ensinada que ela pode
"funcionar" de uma forma socialmente adequada somente com a ajuda
destas drogas. Na medida em que traços do caráter da criança são alterados
medicamentosamente, deixando-o dependente de drogas psicotrópicas, isto
acarreta consequências para a formação da personalidade da criança e sua
autoestima e pode promover o desenvolvimento de padrões de comportamento de
dependência [19]. A pressão aplicada sobre as crianças para se conformar, seja
por seus pais, seja por instituições de ensino, impõe um padrão de normalidade que diminui a tolerância em relação ao
modo de ser infantil. Isto pode reduzir a variedade de temperamentos e estilos
de vida e, em última análise, prejudicar o direito da criança a um caminho
aberto da vida.
A NEK-CNE defende a adaptação das condições de vida para os interesses e necessidades das
crianças. Caso contrário, o valor das qualidades infantis, não
relacionadas aos aspectos da sociedade competitiva - como concorrência e performance - e, sim, relacionadas
a brincar, fazer amizades e praticar lazer não competitivo, poderiam ser
perdidas - juntamente com a própria infância."
(Comissão de Ética Biomédica da Suíça, país onde "nasceu a Ritalina - págs 146 a 169 - Livro TDAH Crianças que Desafiam)
Marise Jalowitzki
Educadora e Coordenadora de Desenvolvimento Humano
Grupo, Blog, Página e Livro TDAH Crianças que Desafiam
http://marisejalowitzki.blogspot.com.br/2016/01/tdah-quais-as-causas-da-inedequacao.html
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
blogs:
www.compromissoconsciente.blogspot.com.br
LIVRO TDAH CRIANÇAS QUE DESAFIAM
Informações, esclarecimentos, denúncias, relatos e dicas práticas de como lidar
Déficit de Atenção e Hiperatividade
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