Tela do artista indiano San Dihr - Childhood |
Obtendo motivação para ser você mesmo
Por Marise Jalowitzki
postado neste blog em 25.março.2018
https://marisejalowitzki.blogspot.com.br/2018/03/obtendo-motivacao-para-ser-voce-mesmo.html
Motivação, como a própria palavra foi composta, é o motivo que nos leva à ação. Isto é, a movimentação que se realiza para suprir necessidade e alcançar objetivos. É alguma coisa que vem de dentro da pessoa e, portanto, dela depende pra se tornar realidade. Certas decisões podem ser apenas impulsionadas (presionadas) pelo meio, pelo ambiente exteno, pelos outros e, sim, nestes casos, uma grande parte das pessoas apenas faz o que lhes "mandam", ainda que acreditem ser a sua própria vocação, vontade, querença. São as pessoas que se deixam guiar (seja por familiares mais velhos, seja por orientadores, coach, psicólogo, astrólogo, guru... Pode haver o entusiasmo, tipo "me encontrei"... mas isto pode ser tão fugaz, que dura pouco tempo e o indivíduo se sente, igual, amordaçado, artificial, até inútil. É porque não nasce de dentro, não vem por um reconhecimento próprio. Não funciona. Pra dar certo, tem de estar identificado com estilo, jeito, visão de mundo, autovisão.
Autoconhecimento é fundamental pra reconhecer onde se quer ir. Sim, é possível começar traçando algumas metas, com base naquilo que se julgam ser as nossas necessidade e a satisfação delas.
E quais são estas necessidades?
1) Necessidades básicas: alimentação, moradia, vestimentas, segurança.2) Necessidade de bem estar: sentir-se aceito no meio, fazer parte deste meio com serenidade, com prazer.
3) Necessidade de influenciar os outros: o princípio básico do respeito, de ser ouvido e considerado nos seus pontos de vista.
4) Necessidade de trocar afeto, necessária sustentação e equilíbrio emocional.
5) Necessidade de auto realização, crescer como pessa, ver as coisas evoluirem, progredir. Gostar do que fez e faz.
E o que está em nossas mãos fazer para suprir estas necessidades?
Ter uma atividade que possibilite obter um retorno financeiro suficiente para fazer frente aos gastos essenciais.
Em um país com as dificuldades que enfrentamos todos os dias é preciso desenvolver uma visão bastante realista de onde estamos, quais nossas reais possibilidades (inclindo os conhecimentos e capacidades), onde queremos e podemos chegar. Ambições e anseios, para que possam se concretizar, precisam ser compatíveis com o que temos em mãos hoje, (condições financeiras, físicas, etc.) e capacidades (conhecimentos, aptidões, habilidades, etc.). Ter sonhos muito altos, sem ter capacidade técnica ou emocional para realizá-los, só traz desencanto e frustração.
2) Para suprir as necessidades de bem estar
É preciso sentir-se digno da confiança de si e do outro. Saber da vontade dele de estar junto, em uma vivência de parceria que frutifica e contempla ambos. Importante lembrar que fazer a nossa parte é apenas 50% da situação. Cada um faz a sua parte ao mostrar-se prestativo, aceitar orientações, discutir sugestões, estar disponível para ouvir, compreender, negociar. Há situações que se perdem quando o indivíduo não consegue assumir uma atitude aberta, sincera, espontânea, seja por falta de percepção, vontade ou humildade.
Até aqui, são os 50% de um, que podem e precisam ser revistos. E os 50% do outro? Pode já estar minado, contaminado por ideias preconcebidas, suspeitando e desconfiando de todos os estranhos, ou sem paciência para obter os resultados desejados. Portanto, bem necessário lembrar sempre: podemos fazer a nossa parte direitinho, podemos mesmo insistir, mas a atitude de mudança só vai ocorrer quando os dois se dispuserem a isto. Senão, é carregar peso morto.
3) Para suprir as necessidades de influenciar os outros
Necessidade de influenciar os outros é uma necessidade, sim, inerente ao ser humano. Todos nós, em algum momento, acaba se esforçando para dar uma boa impressão, para convencer alguém de nossoponto de vista. Seja em uma entrevista de emprego, em relacionamentos afetivos, seja ao criar filhos. O tempo todo, estamos tentando acenar para alguém o que nos parece ser o mais "certo". (Como eu, neste momento, ao escrever este texto.)
Para se fazer respeitar, minimamente, ao expor suas ideias, é preciso primeiramente estar de bem consigo mesmo, acreditar naquilo que está dizendo, dar-se o devido valor. Investir em autodesenvolvimento, adquirir novos conhecimentos e aptidões. Depois, é deixar rolar, sabendo que nossos anseios, esperanças e expectativas são nossas, não dos outros. Somente assim é que se está em condições de esperar o respeito dos outros, pois estamos nos respeitando. Não necessariamente dará aquele resultado esperado, naquele contexto, com aquelas pessoas, mas possibilita a consciência de estar fazendo o seu melhor, talvez até encontrar pessoas que encaram o mundo com visão semelhante.
4) Para suprir nossas necessidade de afeto
Quando crianças, necessitamos muito de se sentir amado, aceito e bem querido por aqueles do entorno. Quando tal não acontece, ou acontece parcialmente, o famoso "oco-emocional" aumenta e a procura de alguém que possa suprir este "oco" passa a ser um objetivo paras quase todos. Ilusão. Nossa sociedade, de certa forma, ensina a acreditar que a felicidade está no outro e que ele (o outro) é que tem a capacidade de nos deixar de bem com a vida ou colocar pra baixo. Filosofia errada, embora endeusada através dos séculos. Ninguém é metade de outro. Somos todos INTEIROS, com nossos defeitos e nossas qualidades, com nossos cacos e acertos. Muitos dos conflitos se acabam quando se entende isso, pois diminuem as expectativas sobre os demais e a compreensão, a tolerância, a procura do entendimento e livre convivência, passam a ocupar o lugar do julgamento e da crítica, da menos valia e desencanto.
Para que isto possa se tornar possível é preciso, fundamentalmente, aprender a gostar mais de si! Viver bem em sua própria companhia, saber que a relação com o outro vem pra somar, sim (e não "completar") e que cada um é um ser único. Importante entender com o coração e não depositar todas as esperanças em alguém fora de si. Até porque o outro jamais há de suprir o que está faltando. Vivemos em um meio que enaltece a carência! Que roubada!
Difícil mudar? Sim, pois fomos ensinados ao Ter, ao Amor-Posse, a estar perto, ao controle do outro, ao outro ter de "provar" que quer, que nos ama, em auditamento constante. É preciso baixar a guarda, baixar as expectativas, praticar o desapego, deixar de esperar tanto do outro. Em nossa insuficiência, há tantas situações em que só podemos contar com o si-mesmo. E olhe lá! Assim, ser seu próprio melhor-amigo é fundamental! E salvador!
5) Para suprir nossas necessidades de auto realização
Tem a ver com conseguir estabelecer seu próprio código de crenças, norteando ideias próprias, não impostas pelos outros. Desde muito pequenos se ouve o famoso jargão: "O que vai ser quando crescer?" e, lógico, são os adultos que tentam direcionar a vocação. Identificar, mais tarde, o que, efetivamente, é a área onde colocamos mais vontade, mais prazer, mais motivação, pode se tornar um tanto nebuloso. Mais uma vez, será o autoconhecimento que vai ajudar. Crescer como pessoa tem a ver com sabedoria, para aprender que estamos aqui para viver bem e não acumular. Cada um cria o seu próprio sentido do que seja viver bem.
De acordo com o grau de auto estima de cada um é possível traçar metas mais ou menos ambiciosas para as nossas vidas. Auto estima é a maneira como cada um se vê, o valor que dá a si mesmo. Acomodar-se ou mudar está na razão direta disto!
Marise Jalowitzki é educadora, escritora, blogueira e colunista. Palestrante Internacional, certificada pelo IFTDO - Institute of Federations of Training and Development, com sede na Virginia-USA. Especialista em Gestão de Recursos Humanos pela Fundação Getúlio Vargas. Consultora organizacional, criou e coordenou cursos de Formação de Facilitadores - níveis fundamental e master. Coordenou oficinas em congressos, eventos de desenvolvimento humano em instituições nacionais e internacionais, escolas, empresas, grupos de apoio, instituições hospitalares e religiosas por mais de duas décadas Autora de diversos livros, todos voltados ao desenvolvimento humano saudável. marisejalowitzki@gmail.com
blogs:
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Déficit de Atenção e Hiperatividade
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