Marise Jalowitzki - 27 março.2017
Uma mãe contata para pedir ajuda, após encontrar maconha na mochila do filho de 14 anos.
O que posso dizer a esta mãe? Que a situação não acontece da noite para o dia. Que os pais querem muito seguir os ditames sociais ditos n-o-r-m-a-i-s , que é deixar o adolescente com mais espaço, com mais independência, como uma fórmula para que crie autonomia. E, assim, acabam deixando até mesmo de saber com quem os filhos andam, o que fazem, o que consomem! Pra não parecer chatos ou atrasados, deixam de monitorar horário e tudo o mais!
Adolescentes, mesmo com toda o extravasamento temperamental, pedem limites, querem limites, precisam de limites. Amorosa e firmemente dados. Conversas (que eles chama de chatas), passeios (que eles dizem odiar)... o que não dá é deixar para os "amigos" o direito de dizer o que o filho(a) pode ou deve fazer, e o que não pode e o que não deve fazer!
Inadmissível é 'entregar' o filho ao grupo de "amigos", deixando que ele seja influenciado por ele a ponto de mudar seus valores.
Os pais precisam correr atrás deste espaço e tempo perdidos. Devem tentar reconquistar o filho!
Sei que não é fácil, pois ouvir críticas, por vezes bastante amargas, dos próprios filhos, que rechaçam a vigilância, não é fácil! Além do que, passar pela gozação do grupo de amigos e até mesmo de alguns dos pais dos amigos, não é 'café pequeno'... mas é preciso!
Na verdade, no caso específico do garoto, muita coisa já deve estar rolando, há mais tempo. E me perdoem os adeptos da liberação da maconha, mas maconha pode causar dependência, sim,. Maconha é porta de entrada para outros vícios, sim. Os dados da Cruz Vermelha estão aí, para quem quiser ver. Tenho esra formação desde a década de 80 e minhas primeiras palestras versaram sobre este tema
À época (1985), publiquei até um pequeno livro "Droga de Vida! Vida de Droga", que foi impresso pela área de RH da empresa onde trabalhei com vínculo emprecatício por mais de duas décadas. Maconha para uso medicinal é outra coisa, é supervisionada, a composição não é esta que está nos 'baseados', que tem até cocô de cavalo e querosene, entre outras m...
Providências
Conversar com o filho vai ser sempre a melhor (e única) opção a ser tomada pelos pais. Sem xingamentos, sem dramas. Explicar e explicar sempre de novo! Mostrar os riscos. Mostrar o caminho denso que representa o mundo das drogas.
Na adolescência de minha filha - onde fumar baseado era o 'portal de passagem' como na minha adolescência ainda era fumar cigarro "comum" - a minha orientação foi bem neste sentido.
E, com calma, afirmei que, se a curiosidade fosse maior, e quisesse mesmo experimentar, que fosse dentro de casa, em seu quarto, para que pudesse ser ajudada caso desse algum problema ou incômodo.
Décadas após, este rapazote já deve ter expérimentado na rua.
Mas, um bom sinal é o fato de trazer na mochila. Poderia ter escondido. Poderia ter deixado fora de casa. De certa forma, ele está "pedindo" que os pais descubram, que lhe dêem uma bronca, quer confrontar os argumentos da rua com os argumentos dos pais.
Mais tarde, sim, ele vai decidir o que quiser fazer.
AGORA, em que está vivendo na casa dos pais, na dependência financeira destes, é mostrar mãos, braços e coração firme e, simplesmente, dizer Não! Se fizer escondido, bom, aí vai arcar com as consequencias.
Sei que muitos pais relaxam nesta questão - ou até mesmo incentivam - mas, como me foi perguntado, é a minha versão sobre os fatos que apresento.
Como todo mundo, também tenho parentes que passaram por esta triste decisão.
Tive mesmo um namorado, relação que não deu para levar adiante pela mudanças de personalidade que tinha ao consumir!
E, um conselho valioso: Leiam o livro "Pais ocupados, Filhos Distantes - Investindo no Relacionamento" - de Gordon Neufeld, Gabor Maté. A cada página uma lição de como reconquistar seu filho. Bjs
Resenha do Livro:
A correria do dia-a-dia é tanta que às vezes as coisas mais importantes e significativas ficam de lado, esperando sua vez. Mas, quando se trata do seu filho, ele pode cansar de esperar sua atenção, não é mesmo? E o que acontece então? Em 'Pais ocupados, filhos distantes', os autores explicam o que os pais podem fazer para melhorar o relacionamento com os filhos distantes, desobedientes ou agressivos. Soluções práticas e exemplos concretos mostram como adultos responsáveis podem, com intuição e afetividade, guiar seus filhos a um amadurecimento emocional saudável. Um trabalho cuidadoso e provocador, baseado em mais de trinta anos de experiência clínica, que vai surpreender pais, psicólogos e profissionais da educação. (Melhoramentos, 2006)
Querendo, veja também:
A incompreensão familiar, a intolerância social e a fragilidade da juventude abortando mais uma vida, ainda que de um gênio. |
Pais, não tentem "resolver" os problemas com seus filhos através de psicotrópicos!
Por Marise Jalowitzki
http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2015/02/kurt-cobain-ritalins-son-filho-da.html
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Publicado também em: http://saude.hi7.co/um-pouco-sobre-a-hipocrisia-social-5706fd44da0f5.html
Abilify (Aripiprazol) e Depakote (Valproate - Ácido Valpróico) http://compromissoconsciente.blogspot.com.br/2016/11/exemplos-de-drogas-perigosas-e-efeitos.html |
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